quarta-feira, 10 de março de 2010

10/03/1952 Fulgêncio Batista toma o poder pela última vez


O general Fulgêncio Batista assumiu pela terceira vez o governo de Cuba após um golpe de Estado apoiado pelo Exército. Batista, desde que iniciara a vida política em 1933, derrubou 4 presidentes. O presidente deposto Carlos Prío, envolvido em um caso de corrupção desvendado e denunciado pelo futuro revolucionário Fidel Castro, fugiu do país temendo as consequências do golpe militar.

Após o golpe, fontes do governo informaram que a residência ex-presidente Ramón Grau San Martin, inimigo ferrenho de Batista, foi cercada por soldados, que o levaram como prisioneiro para uma base militar nos arredores da capital, Havana.

O ataque de Batista ao palácio presidencial aconteceu às três horas da manhã do dia 10, continuando sua tradição do futuro ditador de “golpes durante a madrugada”. O general declarou que o governo converteu-se em um grupo de politiqueiros e alertou que o próprio Carlos Prío pretendia dar um golpe de Estado para colocar na presidência um candidato do Partido Revolucionário Cubano.

Em conversa com militares acampados em Columbia, a maior base militar do país, o novo presidente declarou: “Nós somos a lei”, acrescentando que não permitiria novas eleições presidenciais em julho. Após a visita, Batista divulgou um comunicado dizendo que anunciava a criação de um governo provisório, composto por 13 ministros, para governar o país, além de dizer que estava preparando um documento suspendendo as garantias constitucionais dos cidadãos cubanos durante 45 dias. “Meu único propósito é manter a lei e a ordem. Sou amigo do povo e não dos bandoleiros”, justificou em uma entrevista coletiva.

A primeira vez que Fulgêncio Batista chegou ao mais alto cargo político de Cuba foi em 1933, por meio de um golpe de Estado, ficando no cargo até 1940. Nessa época, a ilha caribenha, por mais que sua independência tivesse sido proclamada em 1902, vivia a herança dos muitos séculos de exploração. A dominação espanhola saíra de cena no final do século XIX, dando espaço para que a emergente potência capitalista, os Estados Unidos, assumisse as rédeas da pequena ilha e dela retirasse tudo o que lhe conviesse. Por meio da Emenda Platt, através da qual o vizinho do norte limitava a soberania cubana dentro de seu próprio território, sufocou e extorquiu a população do país até a Revolução de 1959. Em 1940, no entanto, Batista foi eleito presidente e governou até 1944. Quando retomou o poder, em 1952, governou como ditador, financiado pelo capital norte-americano, até 1959, quando Fidel Castro e o Exército Rebelde destruíram as forças militares do governo e assumiram o controle do Estado com apoio popular. O governo comunista de Fidel Castro dura até hoje, sendo comandado agora por seu irmão, Raúl Castro.

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