quinta-feira, 25 de março de 2010

O nome e a coisa: o populismo na política brasileira

Resenha do artigo de Jorge Ferreira. O nome e a coisa: o populismo na política brasileira.

O artigo tem a missão de fazer um balanço historiográfico acerca da prática da política populista no Brasil.
A partir da década de 50 começou o processo de estudo da política populista no país. A primeira geração de estudiosos desenvolveu a teoria que ficou conhecida como teoria da modernização, onde os camponeses assumiram um papel central na organização da classe trabalhadora. Nesse sentido, o comportamento operário em um momento de transição econômica foi marcado pelo individualismo, por suas origens rurais, tradicionais e patrimoniais, se tornou passiva e dependente do Estado.
Dessa forma, a transição de um modelo agrário-exportador para um modelo industrial necessitou de mão-de-obra camponesa e este, por suas características, deixando-se sucumbir por um modelo de Estado paternalista.
A segunda geração recebeu forte influência da teoria marxista e a teoria de Gramsci acerca da questão de hegemonia assumiu papel central na interpretação da relação classe trabalhadora / Estado. Dessa maneira o binômio persuasão / repressão ganhou força, o que para Jorge Ferreira representou um retrocesso acerca da interpretação histórica.
Na tentativa de superar a visão gramsciana surgiram alternativas que aproximavam o governo de Vargas aos regimes de Hitler e Stalin. Para Marc Ferro, a relação de equivalência entre o III Reich e outros regimes contemporâneos é uma tentativa de banalizar o nazismo na sociedade atual. A críca de Jorge Ferreira fica por conta da construção da relação Estado / classe trabalhadora como sendo uma via de mão única.
Mas é a partir do final da década de 70 que o populismo começa a força em sua lógica explicativa. Diversos autores fazem crítica a esse modelo que, entre muitos, podemos citar a invenção do trabalhismo, obra escrita por Angela Castro Gomes (1988), como um marco na historiografia sobre a prática populista.
Em relação a questão de lider carismático Miguel Boeda explica que até mesmo grnades líderes, antes de ganharem projeção nacional, firmaram suas lideranças partidárias em uma esfera regional.
No último tópico, a "invenção" do populismo Jorge Ferreira discorre acerca da construção do termo e sua função. Inicialmente o termo populismo era utilizado para qualificar o projeto político de determinado candidato, ou seja, o termo populismo tinha um tom elogioso. Diferentemente pelego, pois o termo era usado para desqualificar determinados líderes sindicais.

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