terça-feira, 13 de abril de 2010

A política conômica do governo Costa e Silva

A política econômica deflacionista praticada pela equipe econômica de Castelo Branco (Octávio Gouveia de Bulhões e Roberto Campos) provocara enorme insatisfação. A aplicação do receituário monetarista ortodoxo do FMI, ao centrar sua ação sobre a elevada inflação e abrir o mercado ao capital estrangeiro, teve por conseqüência uma acentuada redução do valor dos salários e um vigoroso movimento de compra das empresas de capital brasileiro pelas empresas estrangeiras. Por outras palavras, houve perdas econômicas generalizadas e um dramático empobrecimento da classe trabalhadora brasileira, sobre a qual recaiu todo o peso das medidas anti-inflacionárias.

Com Delfim Neto essa política é encerrada. Delfim, aos 38 anos, era professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) e tornara-se conhecido em virtude do trabalho que realizara à frente da Secretaria de Economia do Estado de São Paulo, no governo Castelo Branco. Defensor entusiasta do golpe de 1964, Delfim prometia encaminhar um veloz processo de desenvolvimento econômico, sem aumentar a inflação.
Para Delfim Neto, o processo de desenvolvimento e de elevação da renda dependia de uma maior oferta de crédito bancário ao setor privado. E, para evitar que tal medida resultasse em retorno de taxas elevadas de inflação, pôs em prática uma política de controle de preços. Em agosto de 1968, criou o Conselho Interministerial de Preços (CIP), que previa punições para aqueles empresários que desrespeitassem as diretrizes do órgão. Em consonância com essa orientação estendeu a indexação dos salários do setor público para o setor privado e o oficializou.
Por modo de modificações introduzidas na legislação, sobretudo pelas isenções de IPI e ICM, começou a ganhar corpo o novo perfil econômico do Brasil, que passava de exportador eventual a exportador permanente de produtos manufaturados.

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