terça-feira, 27 de abril de 2010

REPRESSÃO E PROPAGANDA DO ESTADO DURANTE A DITADURA MILITAR NO BRASIL

Presidente Médici assiste a um jogo de futebol

O governo Médici foi marcado pelo silêncio das oposições. A dura repressão desencadeada pelos órgãos de segurança praticamente eliminara toda forma de manifestação organizada de protesto. Demais, pelo novo texto constitucional que inaugurou, o Ato Institucional Número 5 permaneceria em vigor até decisão contrária do Presidente da República. O que garantia um formidável poder discricionário em suas mãos.

Por outro lado, a propaganda oficial do governo buscou explorar até o paroxismo todos seus aspectos considerados positivos, principalmente os elevados índices de crescimento econômico. Para isso, fora criada, em 1968, a Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), chefiada pelo coronel Octavio Costa. Funcionando com uma grande equipe, que reunia jornalistas, psicólogos e sociólogos e utilizando-se dos jornais, do cinema e, sobretudo, da televisão, que se afirmava como o principal veículo de comunicação social, divulgaram-se várias frases de efeito, que procuravam dar uma idéia do otimismo generalizado quanto à estabilidade e ao futuro de desenvolvimento do país, tais como: "Você constrói o Brasil", "Ninguém segura este país", "Brasil, conte comigo" e "Brasil Ame-o ou Deixe-o".
O otimismo e a propaganda governamental atingiram seu clímax por ocasião da Copa do Mundo disputada no México, em 1970. A conquista do tricampeonato deixou o país em delírio. A marchinha "Prá Frente Brasil", preparada para ser o hino daquela seleção de futebol, oficializou-se, sendo tocada até à exaustão. O dia do retorno dos campeões mundiais foi declarado feriado, enquanto o presidente concedia prêmios a cada jogador e se deixava fotografar ao lado da taça Jules Rimet.
Fonte: enciclopédia de história do Brasil.

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