sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Guerra Fria em A Era dos Extremos

Resenha:
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo, Companhia das Letras, 1995. cap. Guerra Fria.

Eric Hobsbawm nasceu em 1917 no Egito e desenvolveu seus estudos em Viena, Londres e Cambridge. Foi professor em diversas universidades da Europa e da América, lecionou até aposentar-se no Birkbeck College, da Universidade de Londres. Desde então ensina na New School for Social Research, em Nova York. Escreveu, entre outros, A Era do Capital, A Era dos Extremos, A Era das Revoluções, A Era dos Impérios, Os Bandidos, Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo, Rebeldes Primitivos, O Breve Século XX 1914-1991.
Hobsbawm reflete o papel do historiador, analisa problemas da atualidade como a indefinição das identidades nacionais na Europa e o uso do discurso histórico naquela realidade.
Em sua obra, procura mostrar aos leitores uma visão diferenciada, pois analisa a história contemporânea de forma única, ao deixar evidente que em seu modo de pensar, o século XX se inicia em 1914 com a Primeira Guerra Mundial e termina em 1991 no desmoronamento da União das Republicas Socialistas Soviéticas.
A diretriz seguida pelo autor foi com intenção de esclarecer a catástrofe humana que foi o breve século XX, ou seja, um número enorme de mortes sem precedentes históricos. Hobsbawm transmite para o leitor a desvalorização do individuo durante longos momentos deste século.
Eric Hobsbawm, pertence a escola Marxista inglesa e conseqüentemente todo o seu referencial teórico está na abordagem de uma análise Marxsista. Porém, ele rejeita o Marxsismo meramente economicista, em que todo fato tem conseqüência econômica e com sua observação global da história, aponta para um novo panorama, seguindo uma linha de pensamento única na história contemporânea.
Situado no fim da Segunda Guerra mundial, a Guerra Fria emerge como o antagonismo entre dois blocos que possuem características econômicas, políticas, sociais e culturais distintas.
Apresentando um novo olhar sobre este conflito, Hobsbawm, brilhante em seu método de abordagem, explora alguns conceitos que nos fazem refletir acerca do tema de um modo que acabamos nos reciclando e conseqüentemente ficamos vez mais interessado em ler e descobrir a sua diretriz sobre todos os seus conceitos em que naturalmente segue uma linha de raciocínio divergente da historiografia contemporânea tradicional.
Apoiado na observação do filosofo Tomas Hobbes, Hobsbawm, afirma que a guerra fria foi a Terceira Guerra Mundial, pois a vontade da batalha foi reconhecida por ambos os lados do conflito e fazia com que todos acreditassem que a cada nascer do dia, o mundo estava ameaçado pelas armas nucleares.
A partir daí, iniciou-se uma corrida armamentista em que a alta tecnologia bélica foi o ícone principal. Porém, segundo Hobsbawm, a alta tecnologia revelou-se pouco decisiva, uma vez que o resultado final foi um empate. A China tornou-se comunista, O EUA e seus aliados (Nações Unidas) intervieram na Coréia do Sul para impedir que o regime comunista no norte se estendesse para o sul. Fizeram o mesmo no Vietnam e perderam. A URSS do Afeganistão em 1988.
Apesar disso, Hobsbawm afirma que a guerra fria teve alguns aspectos positivos. Um novo mundo polarizado eliminou as rivalidades mais regionais e deu lugar aos grandes antagonismos entre os blocos econômicos. Para ele, a economia mundial também se beneficiou, pois a economia estava estabilizada (e enriqueceu ambos os lados com o lucrativo comércio de armas) até o desmoronamento da URSS.

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